Veja outros posts.

07 junho 2009

Projeto Didá no combate a invisibilidade social


“...Dos becos e vielas há de vir a voz que grita contra o silêncio que nos pune. Eis que surge das ladeiras um povo lindo e inteligente galopando contra o passado”. Esse trecho do Manifesto Antropofágico da Periferia vem resumir um dos objetivos principais da Associação Educativa e Cultural Dida, que tem como foco ainda fazer com que as mulheres tenham recursos intelectuais, econômicos e amorosos para poder criar “bem” a sua família. Além disso, visa também buscar os seus direitos e dizer não a qualquer forma de discriminação à mulher negra.

Com cerca de 200 adolescentes participantes do Projeto, mesmo com o apoio de apenas uma empresa, essa Associação consegue sobreviver há 15 anos. Apesar das dificuldades,
os seus participantes não “abaixam as suas cabeças” e muito menos ficam sem proporcionar aquilo que há de melhor para os seus adolescentes, como aulas de gravação, acústica, matemática com pensamento empreendedor, informática, dança, entre outras. “Queremos oferecer cultura e não comercializar”, afirma a presidente do Projeto Viviam Carolina que ainda deseja retomar o reforço escolar, desativado, por falta de pessoas para atuarem nessa área.

A Caravana de Cultura Didá, desenvolve projetos não somente com crianças e adolescentes, mas também com pais e responsáveis dos participantes. “Trabalhamos de maneira preventiva aqui”, diz a presidente. “Geralmente, quando os pais percebem que o filho quer entrar nas drogas, se prostituir, eles trazem para cá. Aqui orientamos. Procuramos mostrar a eles os nossos princípios e orientá-los para viver melhor”, explica Viviam.

Os adolescentes participam no Projeto de segunda a sábado das 8h às 16h com aulas de percussão, dança afro, teatro, capoeira, artesanato, canto, bateria, violão, cavaquinho, teclado e sopro. Com a participação de 23 profissionais envolvidos entre professores, coordenadores, serventes, cozinheiros, e colaboradores, a Didá (poder da criação, na língua Yorubá), por dia, serve refeições básicas como café da manhã, almoço e jantar. Os pais dos alunos recebem como incentivo, orientação para obter uma boa criação de seus filhos e apoio psicológico quando necessário.

Os participantes da Didá, nome que foi escolhido pelo maestro Neguinho do Samba por acreditar que a criação é o caminho de toda expressão artística, não ficam com o conhecimento para si mesmo. Muitos deles procuram ajudar o Projeto através de informações aprendidas, também, na Associação. Esse foi é o caso de Vaneide Silva. Ela hoje é professora de dança. Quando entrou no Programa tinha 7 anos e possuía problemas na coordenação motora. Começou a melhorar nas aulas de instrumentalização da banda Dida.

Um comentário: