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09 junho 2009

Cotas: a luta pela igualdade


A política de cotas raciais nas universidades brasileiras entrou em vigor no ano de 2001. Apesar de terem se passado sete anos, muitas discussões ainda são levantadas na sociedade entre estudantes, reitores de faculdades, universidades, professores, etc. Em meio as tantas polêmicas, pode-se citar a luta de poderes. De um lado a elite, maioria de cor branca; do outro, índios, mulatos, pardos, negros, etc, muitos desses fora do ensino superior.

Visando à inclusão social, o Estado lança para a comunidade a política de cotas raciais que tem como um dos objetivos permitir a entrada dos menos favorecidos no ensino superior, com a meta de diminuir as disparidades entre estes e a elite brasileira. A raça negra recebe uma maior atenção no projeto, tendo em vista que índios e demais grupos são minoritários.

Para que haja a redução das desigualdades sociais é necessária uma ação étnica afirmativa, ou seja, medidas que procurem amenizar ou eliminar da sociedade as desigualdades existentes para que os diversos grupos étnicos possam tomar uma outra posição na pirâmide social. Não um lugar de exclusão ou humilhação, mas na condição de pessoas que vivam bem economicamente junto às demais classes.

Há também grupos que são contrários à política de cotas por acharem que o Brasil fica dividido entre brancos e negros, o que seria injusto e uma maneira menos aconselhável para solucionar o problema da desigualdade racial e da entrada de estudantes nas universidades. Muitos deles defendem ainda uma política pública de reparação para erradicar qualquer tipo de preconceito. Pode-se citar uma educação com boa qualidade, por exemplo.

As cotas na sociedade brasileira são necessárias, pois, dessa forma, muitos jovens negros e mulatos, por exemplo, terão oportunidade de acesso ao ensino superior gratuito e qualificado. Esse é o desejo de vários brasileiros, principalmente, aqueles que não têm acesso à universidade.

O governo como representante maior da comunidade não pode esquecer de suas obrigações. Verbas precisam ser destinadas às universidades para que o número de vagas seja ampliado. Políticas públicas na educação também são necessárias, visando à capacitação de professores para que os estudantes sejam melhor preparados e de um ensino mais qualificado quando os estudantes sejam mais capacitados no segundo grau e aptos para fazer uma prova de vestibular. Precisa existir também uma melhor distribuição geográfica, uma política de expansão de campi universitários, para possibilitar aqueles que não têm condições de se deslocarem para as áreas onde existem universidades.

Enfim, o Brasil necessita de um serviço público que satisfaça a todos e diminua essa realidade histórico-exclusiva que, na maioria das vezes, só serve para contribuir com o aumento do número de marginalizados no país.

Um comentário:

  1. Então meu nobre amigo Lindomar,

    Acredito que as cotas suprem as emergências que as brechas da nossa péssima educação pública (ensino médio e fundamental) deixaram ao longo dos anos, mas não acho que devem ser mantidas por muito tempo.
    Principalmente quando se trata de cotas raciais, pois é a mais pura expressão de racismo. Se alguém considera que os alunos de escola pública são menos favorecidos em um vestibular é porque os mesmos não tiveram um bom ensino, mas se alguém considera que índios, pardos ou negros são menos favorecidos nesta situação é porque estão os julgando através de sua raça como seres inferiores (intelectualmente falando), ou seja, mesmo se tiverem uma educação de qualidade eles são assistidos pelas cotas e consequentemente julgados como inferiores as demais raças...

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